Amigos do Basquetebol
Publiquei vários posts referentes à formação do atleta e do profissional para atuar em categorias de base neste blog (visitar a categoria Formação Esportiva).
Este é um tema recorrente nas rodas de “basqueteiros” onde em sua maioria há uma concordância sobre a má qualidade da formação tanto dos atletas quanto dos profissionais que atuam nessas faixas etárias iniciais.
Por ocasião do lançamento do livro e do programa “Minibasquetebol na escola” tive a oporunidade de me dirigir ao público presente (pequeno na verdade) para mais uma vez expressar minha opinião convicta de que se não voltarmos nosso foco para a escola nosso futuro esportiva será negro.
O foco das nossas “autoridades” esportivas continua sendo ganhar medalhas olímpicas. Muito justo. Mas eles esquecem que medalhas são fruto de um trabalho a longo prazo e que demanda muito investimento, principalmente nas escolas que há muito deixaram de colocar o esporte em suas grades e aulas de educação física. Cada vez mais nossas crianças se afastam da prática para dar lugar a um “blá-blá-blá” político/filosófico que não leva a lugar nenhum. Ou melhor leva sim: leva ao fundo do poço esportivo.
Cada vez mais dependemos do casuísmo. Daquele atleta que surge em meio do nada e se torna um “herói” salvador da pátria. E os anos passam o herói é esquecido e a cada ciclo olímpico começamos tudo de novo.
Neste programa que lançamos agora o foco é no resgate do basquetebol escolar. Tarefa insana, mas não impossível. Também focamos a participação das crianças através de atividades atrativas e inclusivas que deem a todos as mesmas oportunidades de participação e não priorizar somente os mais habilidosos, o que acontece atualmente ma maioria das competições das categorias de base, especialmente no basquetebol.
Temos um modelo competitivo (no minibasquetebol) ultrapassado e fracassado. Cada vez temos menos equipes participando de campeonatos organizados de forma absurda e que nos colocam frente a situações grotescas promovidas por técnicos que se submetem a qualquer coisa para ganhar a qualquer custo e a pais alucinados que exigem que seus filhos sejam campeões a qualquer custo.
O que procuramos é um novo modelo. Eu tenho conhecimento que há inúmeros projetos que desenvolvem o basquetebol dentro deste modelo inclusivo pelo Brasil afora. Projetos que são tocados por verdadeiros heróis que mesmo sem o apoio merecido colocam em quadra centenas de crianças praticando o basquetebol de forma lúdica e prazerosa.
A esses abnegados faço um convite: vamos nos unir, compartilhar conhecimentos, trocar ideias para que possamos mudar esta triste realidade que ronda nosso basquetebol, principalmente na base que é renegada ou muito mal tratada por instituições, federações e pela própria CBB.
Vamos colocar mais crianças jogando com satisfação onde o processo seja mais importante que o produto. Onde a particiapação seja mais importante que uma medalha de campeão. Onde o prazer de jogar fale mais alto.
Quero lembrar àqueles que defendem este modelo arcaico de “ser campeão a qualquer custo” que a maioria dos “campeões” que eles supostamente formaram, não chegaram e nem vão chegar a lugar nenhum no esporte, pois o caminho é longo e cheio de obstáculos.
Então porque não pensar na grande quantidade de crianças que poderão, através do minibasquetebol, se tornar apreciadores do esporte, praticar qualquer outro esporte ou atividade física, tornando-se um cidadão saudável e responsável.
É claro que no meio desta multidão de pessoas comuns, poderão surgir os grandes atletas. E se isto acontecer, tenham a certeza que não será por simples casuísmo mas sim pelo trabalho e pela sementinha que qualquer um de nós pode plantar. Só depende de nossa vontade e do nosso esforço.